Interpretação do cap. referente ao livro "O caráter oculto da saúde"
Por Ruth Cecily
A
angústia é um estado constante do ser humano. É a sensação de insegurança
natural de qualquer pessoa, pois não somos capazes de prever o futuro, nunca
sabemos ao certo o que nos espera. Vivemos num mundo desconhecido, daí parte a
sensação eterna de angústia.
O
medo, diferente da angústia, possui um objeto concreto, e se trata de um
mecanismo de defesa, é saudável possuir medos, e a superação deles é um
processo natural, até mesmo a aceitação. O grande desafio do ser humano é
distinguir até onde esse medo se torna doentio e prejudicial para o individuo.
A
vida é repleta de ansiedades, incertezas, inseguranças, enfim, angustias, e nós
seres humanos lidamos bem com elas naturalmente, contudo, esse processo natural
muitas vezes se mostra intensificado em várias pessoas, daí surge a necessidade
de ajuda profissional. Muitas pessoas, na tentativa de lidar com suas angústias,
tenta colocar um objeto a ela, pois facilita o tratamento da mesma, mas a
angústia é indefinível, pois se trata de uma condição humana.
O
lidar com nossas angústias é o que nos move à vida. A incerteza do amanhã nos
move a elaborar objetivos de vida e viver tentando realiza-los. Se não
existisse a certeza do fim, se tudo fosse eterno, a acomodação seria
intensificada, e tudo seria deixado para depois, pois haveria tempo, e talvez
muitas das conquistas que conhecemos hoje não estariam concluídas, nem ao menos
cogitadas.
Nesse
contexto, surge a maior angustia que todo ser humano carrega em seu âmago: A
MORTE. A morte na atualidade recai de forma mais intensa do que nas épocas
passadas, muito devido aos avanços tecnológicos e científicos na medicina
principalmente. Num universo hoje onde toda doença tem no mínimo um tratamento
paliativo, aceitar a morte se tornou um desafio cruel.
Contudo,
a certeza da morte, e a incerteza do quando e do pós-morte, são os principais
precursores do universo que conhecemos. O mundo onde vivemos foi construído a
partir dessa angústia, assim, a evolução se faz sempre presente e contínua,
existe o desejo de deixar sempre uma herança aos nossos sucessores.
A
tendência é o aumento de nossas angústias com o passar do tempo. A
justificativa desse fenômeno é a busca constante pela evolução, pela solução de
todas as nossas angústias, o que é impossível de se conseguir, mesmo porque a
questão da morte jamais será plenamente esclarecida. Deparamos então com a
grande crítica à ciência – ela nos promete a solução de tudo, contudo, sabemos
bem que mesmo com todos os seus significativos avanços, ela nunca dará conta de
solucionar todos os ditos problemas humanos.
Podemos
concluir que todos nós seres humanos somos seres angustiados, e lidar com essas
angústias é um processo natural. Além da nossa, a angústia do outro também
interfere em nossa vida, desse modo, devemos lidar também com as angústias do
outro. Isso é buscar a saúde. A busca constante pelo equilíbrio.
Naturalmente
nossas angústias são superadas, e outras surgem, caracterizando um círculo
vicioso, mas vale ressaltar que em todo obstáculo vencido, a sensação de
gratificação, alívio e de simplicidade é compensadora, e caracteriza a grande
força motivadora do viver a vida.
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